sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A Presença de Anitta (com dois "tês")!!!

Direto dos corredores do Facebook (aliás, um ótimo celeiro da mentalidade humana), encontrei esse artigo (dê uma clicadinha aqui) que fala sobre o racismo velado nessas plagas, usando como exemplo cabal o sucesso da funkeira Anitta, que não teve igual entre as funkeiras negras. E aí? O que dizer???



Como somos um país multiétnico, a questão não é se o racismo existe ou não, mas a sua intensidade. A probabilidade de encontrar racismo unilateral ou mútuo onde dois povos convivem é grande; então, vem a seguinte questão: Qual seria o grau de racismo no Brasil? Não há como responder de forma quantitativa, restando-nos confiar nas impressões ou experiências vividas e/ou presenciadas. Foi o que fez a autora do artigo, Joceline Gomes, ao perceber o sucesso e o destaque da mídia dado à "funkeira branca" e concluiu que, de fato, somos uma sociedade racista. Se dou-lhe razão quanto à existência do racismo, tenho certa ressalva quanto a sua intensidade e o uso do sucesso da funkeira como prova de sua existência por aqui!!!



O racismo local é muito menos intenso que o apartheid, ou mesmo em outros países na África (negros contra negros) ou nos EUA de décadas atrás. É um racismo velado, como ela diz. Isso é ruim? Não há formas boas de racismo, portanto, é ruim sim, mas não podemos compará-lo ao racismo escancarado dos exemplos citados. Já houve quem dissesse que o nosso racismo é pior porque impede qualquer reação por parte dos negros. Imagino eu que ele quis falar de "uma reação legal", entrar na justiça e processar os racistas, jamais partindo para aquela famosa diplomacia pré-histórica. O único "porém", é que essa reação legal já existe nesse país do terrível racismo velado!!!



Voltando à Anitta, seu sucesso significa que há racismo nos meios de comunicação, mas o povo também é racista? Pra começar, ela parte do pressuposto que a nação brasileira, pelo menos aquela que cerca as favelas, são formados por brancos. Os próprios militantes da causa negra insistem em dizer que metade da população brasileira é formada por negros (na verdade, a soma de negros e pardos). Aí eu fico imaginando: quantos fãs da Anitta são negros???



Ela é do Rio de Janeiro, onde, segundo o último censo do IBGE, 51,70% da população é negra (lembrem-se: negros e pardos, contra 50,74% no resto do país). Ou seja, onde seu sucesso começou, no RJ, não seria demais imaginar que metade de seus fãs podem ser negros? É possível, também, que metade dos fãs do Bonde das Maravilhas também sejam  negros. Será que a possível metade negra dos fãs de funk não têm sequer o divino poder ibópico (hmpf...neologismos!) de decidir quem é sexy ou quem é vulgar, mesmo que, ao menos demograficamente, estão em igualdade com os brancos? Mais perturbadora que essa hipótese, seria descobrir um ou dois negros que pensam da mesma forma que os brancos racistas!!!



Não há como descobrir com precisão a proporção étnica dos fãs da srta. Anitta ou do Bonde das Maravilhas, a menos que façam uma pesquisa, mas teoricamente é algo próximo da proporção populacional!!!



Eu, pessoalmente, trato todos os pseudo-funkeiros e funkeiras (funk é outra coisa), não importando a cor, com igualdade: lixo musical, decadência cultural e outros chavões merecidos. Sou do tempo em que a presença de Anita (essa, com um "tê") perturbava apenas o protagonista da minissérie homônima. Bons tempos!!!

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